O dólar é negociado em queda nesta sexta-feira (18) e caminhava para sua sexta semana consecutiva de baixa frente ao real, com investidores de todo o mundo em busca de sinais de alívio nas tensões geopolíticas envolvendo a Ucrânia.
Às 11h04, a moeda norte-americana recuava 0,57%, a 5,1374.
Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 0,76%, a R$ 5,1670. Com o resultado, passou a acumular queda de 2,61% no mês e de 7,32% no ano.
- Dólar a R$ 5,20: entenda por que a moeda está caindo este ano e saiba se é hora de comprar
Cenário
No exterior, os mercados seguem monitorando as tensões entre Rússia e Ucrânia. O secretário de Estado dos EUA concordou em se reunir na próxima semana com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, aumentando as esperanças de uma solução diplomática.
Na Ucrânia, porém, separatistas e o governo voltaram a trocar acusações de ataques. O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, anunciou que deverá supervisionar os exercícios militares que incluem tiros estratégicos de mísseis, neste sábado (19), na Rússia.
Os mercados oscilaram nesta semana após notícias de bombardeios no leste da Ucrânia e avisos de líderes ocidentais de que uma invasão poderia acontecer a qualquer momento, embora Moscou tenha negado.
Por aqui, parlamentares seguem discutindo alternativas para a redução do preço dos combustíveis. O senador Jean Paul Prates (PT-RN), relator de dois projetos, entregou nesta quinta-feira (17) um novo relatório da proposta que cria uma conta de compensação para amenizar altas do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. O texto mantém um dos pontos mais controversos do parecer: o que cria o imposto de exportação incidente sobre o petróleo bruto, para abastecer a conta.
Participantes do mercado atribuem a performance do real nas últimas semanas à percepção de que o Brasil está atrativo para novos fluxos de dinheiro estrangeiro, em razão da trajetória de alta da Selic e com o diferencial de juros em relação a outras economias aumentando a rentabilidade do mercado de renda fixa local.
- Brasil ocupa topo do ranking dos países com juros mais altos
Quanto maior também o fluxo estrangeiro novo para o mercado acionário local, maior a oferta de dólar e, portanto, mais pressão de baixa sobre a moeda norte-americana.
Analistas alertam, porém, que a trajetória de queda do dólar frente ao real pode ser transitória, podendo ser desafiada por fatores como aumento dos juros nos EUA e incertezas relacionadas às eleições presidenciais no país.
Fonte: G1